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POESIA DE GOIÁS
Coordenação de SALOMÃO SOUSA

 

 

GEOVALDO MUNIZ DA ROCHA

( Goiás – Brasil )

Reside em Goiânia – GO.

 

ANTOLOGIA POÉTICA.  Sarau Brasil 2016. Concurso Nacional de Novos Poetas.  Organização e apresentação Isaac Almeida Ramos.   Cabedelo, Paraíba: VIVARA Editora Nacional, 2016.  (Série Novos
Poetas no. 19.   446 p.    ISBN 978-85-920158-2-1
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

História de um jurista

 

Nasci no interior,
lá em Nova Glória.
Vou contar minha história
a quem estiver ouvindo.
Deixei minha terra querida
para realizar minha vida
o que eu sonhava, desde menino.
Ao me despedir dos meus pais, parentes e amigos
vi o pranto cair e turbar minha vista,
mas o meu caminho
eu tinha de seguir
pois tudo que queria era ser um jurista.
Papai abraçando-me sorrindo dizia:
— Siga em frente, filho querido
seja por Deus protegido
e será o que sonhou um dia.


Chegando a Anápolis
com meu jeito interiorano.
Trazendo sonhos e planos
de uma esperança sem fim.
Ali distante,
não consegui esquecer
de quem ausente
chorava por mim.
Quantas vezes abaixei a cabeça
sentindo sua falta, muito chorei.
A saudade da mamãe querida
que para vencer na vida
longe deixei.

 

Hoje, distante de minha terra natal,
do povo leal
que tanto me quis.
Tenho um diploma na mão,
mas o meu coração
não sente feliz.
Ele batendo parece pedir
que eu deixe tudo e volte para lá,
para ver novamente,
aquela gente
que com minha despedida deixei a chorar.
Ver os campos, rios e florestas.
Aquelas festas
onde os fins de semana, ia dançar.
O campo de futebol,
onde com chuva ou sol,
eu ia jogar.
Foram coisas que ficaram em minha mente
e eternamente
quero lembrar.

Por causa dos meus estudos,
abandonei tudo
e vim para grande cidade.
Graças a Deus
meu sonho tornou-se realidade.
Hoje, tenho nas mãos
aquele diploma que tanto tive vontade,
mas de voltar a minha terra,
andar naquelas matas,
ouvir novamente a algazarra das mulatas
é a minha grande saudade.

O que adianta ser rico?
Se de minha terra estou distante
e a todo instante
soluçando fico.
Não consigo esquecer o ar puro e gostoso,
o encontro religioso
que a minha igreja provia.
A saudade dos meus parentes e amigos
aqui ausentes tornou poesia,
falando das coisas mais linda
que estão em minha memória.
O passado me faz reviver
e escrever esta história.
Agora, faço um pedido.
Oh! Deus querido!
Não me deixe morrer,
sem antes rever
esta gente amiga
e a terra querida
que é Nova Glória.

 

*

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Página publicada em dezembro de 2021


 

 

 
 
 
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